26/05/09
A ofensiva européia na Argentina para difundir o sistema de TV digital do consórcio DVB (Digital Vídeo Broadcasting) foi considerada no governo como uma demonstração de preocupação por perda de espaço na América Latina. “É uma atitude normal, os europeus estão usando uma ferramenta legítima para tentar influenciar na decisão do governo argentino”, disse uma fonte do governo.
A expectativa do governo brasileiro é de que a decisão da Argentina sobre o padrão de TV digital seja anunciada em julho, após as eleições legislativas daquele país. “A Europa está preocupada porque sabe da inclinação dos argentinos pelo sistema nipo-brasileiro, reconhecidamente o melhor do mundo”, disse a fonte, comentando noticiário de hoje, segundo o qual a Europa está fazendo campanha na América Latina em prol de seu sistema de TV digital e contra o padrão brasileiro.
Recentemente, uma equipe de técnicos visitou aquele país para disputar o mercado da América Latina, calculado em mais de 400 milhões de pessoas. O bloco oferece € 9 milhões (cerca de R$ 25,5 milhões) para o processo de implantação do sistema até 2013, para os primeiros países que aderirem ao DVB.
Além da Argentina, outros países da região são motivo de disputa. Equador, Paraguai, Chile, Venezuela e Cuba ainda discutem qual modelo adotar. O Peru já se decidiu pelo padrão nipo-brasileiro e o Chile, que recentemente recebeu a visita de delegação brasileira, chefiada pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, pode também aderir.
Nos outros países, já existem conversas avançadas com o governo brasileiro. Em Cuba, por exemplo, o sistema nipo-brasileiro já está sendo testado.
O argumento do representante da Europa para assuntos de TV digital, Cristophe Forax, é que o sistema DVB, adotado por 121 países (54% da população mundial), é mais barato do que o modelo nipo-brasileiro, pois funciona em larga escala, o que garante decodificadores a preços mais acessíveis. “O que eles não podem competir é com a qualidade técnica do nosso modelo, que é reconhecidamente superior”, disse a fonte do governo.
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